Transporte é uma necessidade, não há como negar, e por isto, deveria ser tratado como tal. Mesmo que não seja para prover o serviço, que seja para organizar, regular e não deixar o caos se instaurar como vemos há alguns anos nas grandes cidades brasileiras. O transporte público na Alemanha é realmente muito bom, não há como negar. Você não precisa de carro para nada. Já sai de casa sabendo quando passa o próximo tram e quanto tempo levará para chegar ao seu destino. Para alguns destinos é necessário pegar ônibus, mas ele funcionam igualmente bem. Acredito que para solucionar o problema do constante engarrafamento das vias é necessário uma mudança de ponto de vista. No Brasil as pessoas medem distância com base no número de ônibus que você precisa tomar para chegar a um destino. Que método maluco é esse de medir distância? Quando as pessoas entenderem que trocar de ônibus pode ser uma coisa simples, rápida e sem custo adicional; e quando criarem uma estrutura lógica e organizada nas linhas de ônibus, acredito que o transporte público poderá melhorar muito! Alguém já parou para pensar como é difícil achar rotas de ônibus para sair de um lugar e ir a outro? Se não existisse o GoogleMaps e a telefonista da BHTrans, seria impossível! Você ia passar horas perguntando às pessoas na rua, e ia acabar tomando um táxi. Vejam só a estrutura macarronica que é a rede de ônibus em Belo Horizonte:
Alguém consegue entender alguma coisa neste mapa? Alguém sabe quantas linhas de ônibus existem na cidade? São mais de 300 linhas. Faz sentido? Não seria mais inteligente reduzir o número de linhas e ao mesmo tempo aumentar o número de ônibus por linha? Distância não se mede pelo número de ônibus que se toma para chegar a um destino. Basta você tomar dois ônibus (talvez) ao invés de um e chegará aonde quer. E com o cartão BHBus é ridículo implementar algum esquema de forma que você pague apenas uma vez pela viagem. Com as linhas organizadas, quem sabe as pessoas não se sintam motivadas a usar mais ônibus?
Aqui as pessoas podem usar trams e ônibus levando consigo sua bicicleta, carrinho de bebê, cadeira de rodas, etc. Por que não podemos ter o mesmo no Brasil?
Outro dia ouvi a notícia de que o Aécio está com medo do dinheiro não dar para construir o tal metrô da copa e estariam então buscando uma iniciativa privada para ajudar. Quem seria capaz de embarcar nesta, sabendo que não existe sequer um metrô no mundo que seja lucrativo? Pois é... transporte público não é negócio, assim como saúde, segurança e educação. Bem, ao menos não deveriam se tratados como tal. Mas infelizmente a realidade é outra...
Enquanto não temos dinheiro para construir um metrô, ou mesmo que ele seja construído amanhã, organizar o transporte público que já temos é imprescindivel.
Leo,
ResponderExcluirReflexão ninteligente e totalmente procvedente. Serviços básicos à população não são negócio, até porque são, na ordem inversa, subsidiados pelo cidadão. Qual a razão da riqueza do estado senão a reserva tributária e a privatividade de exploração de algumas bem lucrativas atividades econômicas e extrativas?
Colocar os pingos nos is é essencial para se entender a ordem econômica.
Abração
Lúcia